sábado, 8 de novembro de 2014

Ainda Há Luz Lá Fora

O mundo foi dormir e eu aqui, acordada
Lá fora, a luz acesa, aqui dentro, escuridão
A solidão que me invade e me venda os olhos
O sentimento de incapacidade me domina
Nada me tira daqui.
Eu não consigo.
Eu não posso.
Não sou nada disso.
Como eu posso levantar se minhas mãos estão acorrentadas ao chão?
Meus pulsos feridos provam o quanto tentei me libertar.
Lutei!
Lutei?
As feridas mostram que sim
Mas eu, eu digo que não.
Como cheguei a isso?
A caminhada, dizem, é longa.
Eu caminhei.
Acho que me perdi
Veja meus pés!
Em carne viva.
Parei.
Agora me encontro aqui
Você tenta me libertar
Eu tento também
Mas os grilhões estão fora do nosso alcance.
Penso em uma saída...
Já dizia o ditado, não há caminho fácil que seja melhor que a estrada que passa pela dor
Se quebrar... Se eu quebrar
Talvez seja necessário
As mãos impedem as algemas de sair
Então me quebrem as mãos!
Deixa doer, se o fim valer a pena
Se me liberto, enfim poderei caminhar em paz
Porque, em algum lugar, eu sei
Ainda há luz lá fora...


By Fabi Emmerich